março 10, 2012

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Entende-se por sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) a exploração racional das atividades agrícolas e pecuária em uma mesma propriedade, que  surge como excelente alternativa para a reabilitação de áreas degradadas, tornando-as produtivas e sustentáveis nos aspectos socioeconômicos e ambientais.
Solo e pastagem degradados
O sistema de integração lavoura-pecuária pode ser implantada em fazendas com o propósito de recuperar áreas de pastagens.  O termo propriamente dito refere-se a consorciação diversificada de atividades da agricultura e pecuária dentro da propriedade rural, com objetivos de melhorar a fertilidade do solo, podendo extrair dele o máximo de produtividade durante o ano todo.

Principais objetivos do sistema:
1. Recuperação de pastagens degradadas em solos degradados;
2. Melhorar as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem na área de lavoura;
3. Recuperar a fertilidade do solo com a lavoura na área de pastagens degradadas;
4.Produzir pasto, forragem conservada e grãos para alimentação animal na estação seca;
5. Reduzir os custos, tanto da atividade agrícola quanto da pecuária;
6. Aumentar a estabilidade de renda do produtor.

Como implantar um projeto de ILP?
Antes de iniciar o projeto, o produtor deverá buscar o apoio de um técnico para levantar a situação atual das atividades desenvolvidas na propriedade. É esse diagnóstico que vai possibilitar o planejamento e, consequentemente, o estabelecimento de objetivos, metas, cronograma de atividades e avaliação dos resultados do sistema  lavoura-pecuária.  
Como em qualquer exploração agropecuária, o planejamento prévio das atividades, com adequado levantamento dos recursos disponíveis na propriedade (solo, pastagens, animais, disponibilidade e qualidade da mão de obra, máquinas e equipamentos, entre outros), são necessários  para  o êxito da integração lavoura-pecuária
Um bom diagnóstico da propriedade possibilita um melhor planejamento do uso da terra, pois o técnico e o produtor terão todas as informações necessárias para desenvolver o planejamento da propriedade de forma a contemplar novos sistemas produtivos, tendo como base a ILP.

Um sistema de renovação de pastagens por exemplo pode ser feito de maneira convencional, sem a necessidades de muitas tecnologias, esta consiste em fazer calagem leve, gradeação e plantio/ adubação do novo pasto sendo um período previsto de renovação a cada 5 anos. Um outro sistema muito simples de ser utilizado é o consórcio de milho e braquiária. Utilizando-se de práticas conservacionistas como plantio direto, este tipo de integração viabiliza a recuperação de pastagens e solos degradados, incorporando áreas para a produção de milho, leite e carne. 

Consórcio de milho e braquiária
Confira abaixo as etapas para a implantação desse sistema:
1. Controle de plantas daninhas:
Antes do plantio do milho e da braquiária, controlar efetivamente as plantas daninhas, principalmente as gramíneas de crescimento rápido, para que não ocorra
uma competição. Se ocorrer a infestação, o produtor não poderá usar as doses necessárias de herbicida para o controle sem que ocorra a  morte da braquiária.
2. Coleta de solo para analise:
Analisar amostras de solo afim de se conhecerem a fertilidade e a exigência de calagem e/ou adubação. Fazer as correções necessárias. Em caso de compactação do solo, fazer uma subsolagem.
3. Realizar o plantio:
O plantio pode ser realizado de diferentes formas, dependendo das condições do produtor, importante realizar o plantio o mais cedo possível para que, após sua colheita a braquiária ainda possa utilizar umidade, calor e insolação suficientes para uma efetiva implantação, antes do período da seca. Semear duas linhas de braquiária nas entrelinhas do milho. No plantio do milho, utilizar cultivares de alta produtividade, e a semente do capim deve ser de boa qualidade, com valor cultural acima de 35%.
4. Controlar a competição da braquiária e de plantas daninhas com o milho:
O uso de herbicidas é o método mais indicado no controle de plantas daninhas, na formação de pastagem por meio da consorciação com o milho. Utilizar quando o milho apresentar de quatro a seis folhas uma subdosagem (1/5 da dosagem recomendada).
5. Colheita do milho:
Assim que o milho atingir sua maturação desejada, seja para silagem ou para grãos, deve-se realizar a colheita o mais rápido possível.
6. manejo da braquiária:
Apos a colheita do milho, atender as necessidades da braquiária para que esta se desenvolva e produza o máximo de forragem. Recomenda-se a aplicação de 50 kg/ha de nitrogênio para acelerar o crescimento e, assim, aumentar a produção de forragem. O pastejo inicial deve ser realizado com pouca pressão, baixa taxa de lotação, de forma a induzir a brotação da braquiária e, com isto, cobrir toda a área com esse capim.

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