setembro 11, 2011

COMO FAZER UMA COMPOSTAGEM


A compostagem é um processo biológico de decomposição de materiais orgânicos, dos quais obtemos o composto, um produto estável e rico em nutrientes para as plantas. Os compostos são fertilizantes orgânicos que possibilitam manter a sustentabilidade das culturas e do solo pois possuem propriedades físicas, principalmente aquelas relacionadas à agregação das partículas, que conferem estabilidade estrutural ao solo e propriedades químicas especialmente pelo fornecimento de nutrientes essenciais. Os compostos orgânico são muito utilizados na agricultura orgânica, como substitutos de fertilizantes químicos.
Bem, agora que já entendemos o valor que um bom composto possui, vamos aprender a produzi-lo:

Escolha do local:
Procure um local com sombra de preferência, pois assim a compostagem não perde tanta umidade. O local deve ser limpo de mato, ser de fácil acesso e com uma boa disponibilidade de água.

Seleção dos resíduos:
Qualquer resíduo orgânico pode ser utilizado, como por exemplo: restos de culturas, esterco e cama de animais, serragem, capim/grama, restos de podas de árvore (picado), lixo doméstico orgânico , restos de abatedouros, animais mortos, eembalagens biodegradáveis. O ideal é picar esses materiais em pedaços menores para melhor uniformização do composto.

Estrutura da composteira:
A composteira pode ser feita com materiais já disponíveis na propriedade, por exemplo, tábuas, tijolos, etc. Para composteiras pequenas ou domésticas, pode ser feita em forma de caixote, com dois compartimentos, geralmente de 1 metro cúbico cada um, e estes devem ser sem fundo, e um dos lados devem ficar abertos para melhor aeração. Em propriedades onde há muitos resíduos orgânicos não é necessário construir nenhuma estrutura, a compostagem deve ser empilhada em leiras diretamente no chão, o empilhamento pode ser feito ate alcançar 1,5m de altura, mas não menos que 1 metro, para não prejudicar a temperatura e a umidade do composto. A largura também pode chegar a 1,5 metros e o comprimento varia conforme a necessidade.

Montagem das pilhas:
A composteira é montada em camadas, onde as camadas devem ser alternadas entre camadas de 30 cm de resíduo vegetal (material mais fibroso e mais pobre em nutrientes, ex. folhas, galhos) e camadas de 10 cm de resíduo animal (material mais concentrado em nutrientes, ex. esterco, restos animais). A primeira camada deve ser feita com resíduo vegetal, para evitar perda de nutrientes para o solo. Após cada camada ser montada, deve-se regar com água , para ativar o trabalho dos micro-organismos decompositores. Evite o encharcamentos da pilha, pois isso poderá ser prejudicial, o ideal é que a umidade seja de 60 %. Se possível cobrir a pilha, em períodos de fortes chuvas.

Serviço de manutenção:
O processo de decomposição leva de 3 a 4 meses para ser concluída, durante esse tempo, deve-se monitorar regularmente a temperatura (de 15 em 15 dias), a faixa de temperatura ideal e de 55 a 70 C, para isso, use uma barra de ferro, introduza a barra no monte, espere cerca de 10 minutos, se a barra estiver quente, mas você consegue tocá-la, a temperatura está ideal, mas se estiver tão quente que se torna impossível tocar a barra, a pilha está muito quente e precisa ser revirada para baixar a temperatura.
Utilize uma pá, ou ate mesmo um trator, se este for necessário, para revirar a pilha, o ideal é revirar a cada 3 dias nos primeiros 15 dias, depois a cada 10 dias é suficiente, pois isso promove a aeração natural do composto. No momento em que reviramos o composto, observamos a sua umidade, se estiver inferior a 50%, regar a pilha.

 No final do período de decomposição, o composto apresentará uma coloração escura com aspecto de terra fofa, sem odor desagradável.
O composto pode ser utilizado em hortas, jardins, sementeiras, vasos de plantas e pomares. Em sementeiras utilizar 1 parte do composto para 2 partes de terra. Na horta pode-se incorporar o composto no solo (superficialmente) ou fazer cobertura nas entrelinhas do cultivo dependendo das exigências de cada espécie de hortaliça.

agosto 15, 2011

COMO CRIAR UMA HORTA PRODUTIVA

No Brasil há uma grande variedade de hortaliças que podem ser cultivadas em uma horta, as hortaliças são nutritivas e auxilia na promoção da saúde. Construir uma horta não é uma tarefa tão fácil como pensam as pessoas, pois exige certo conhecimento e muita dedicação. Se o objetivo é construir uma horta comercial, torna-se necessário uma orientação de um agrônomo ou técnico agrícola, e os cuidados devem ser redobrados, para não perder todo seu investimento. Abaixo você pode conferir passo a passo como construir sua própria horta.

PREPARAÇÃO DO TERRENO
Ao escolher um local para a implantação da horta, deve-se observar  algumas características básicas como:
O terreno deve ser plano, com boa luminosidade ( ideal 8-10 horas de sol).
O local deve contar com uma boa disponibilidade de água, solo com boa drenagem e ser longe de fossas, esgotos e chiqueiros.
Deve-se limpar o terreno, retirando pedras, lixos, mato, etc.

A terra precisa ser revirada a uns 15cm de profundidade para que fique fofa, e os torrões devem ser desmanchados.
A área escolhida pode ser dividida em canteiros elevados 10 -15 cm do chão, os canteiros devem ser nivelados e divididos em aproximadamente  1,20m de largura  por 2-5m de comprimento , mas essas medidas vão depender do tamanho da área disponível.
O espaçamento entre os canteiros pode ser de aproximadamente 40cm.

Preparar canteiros bem nivelados

ADUBAÇÃO DOS CANTEIROS
A terra ideal para os canteiros é uma terra bem drenada e com bom índice de matéria orgânica. A preparação apropriada do solo fornece a base para a boa germinação da semente e o crescimento subsequente de colheitas da horta.
Os adubos que serão utilizados podem ser químicos ou orgânicos, se o solo for um solo pobre de matéria orgânica, os adubos orgânicos são os mais indicados , como por exemplo:
húmus de minhoca, esterco curtido, terra vegetal, etc.
Os adubos químicos mais indicados são: NPK e Ureia.
Os adubos devem ser bem misturados à terra do canteiro até uma camada de uns 10cm de profundidade, não ultrapassar as medidas recomendadas, pois o excesso do adubo pode "queimar" as plantas, prejudicando seu desenvolvimento. Após aplicação do adubo, esperar 2 semanas até o solo se estabilizar, para então plantar as mudas ou semear.


PLANTIO
O plantio da horta pode ser feito transplantando as mudas ou semeando, o ideal é realizar esse procedimento à tardinha. Ates de plantar, porem deve se delinear (fazer riscos no chão) o canteiro com espaçamento ideal conforme o tipo de espécie que será plantada. Nas embalagens das sementes pode ser encontrado as indicações, bem como a profundidade ideal de plantar a semente.

PLANTIO DAS MUDINHAS
As mudas são retirada de bandejas chamadas de sementeiras, deve-se retirar a muda juntamente com a terra, e sem danificar a raiz. Fazer pequenas covas, colocar a muda, cobrir com a terra e pressionar levemente com os dedos para ficar bem firme. Após o plantio, regar as mudinhas, mas não encharcar o solo.

PLANTIO DAS SEMENTES
Onde foram marcadas as linhas, fazer sulcos de 1-3 centímetros, dependendo do tipo do vegetal. Ir colocando as sementes de forma uniforme em toda a linha. Como nem todas as sementes irão germinar, é necessário colocar uma quantidade maior de sementes. Cobrir as semente com a terra, evitando os torrões. Regar com delicadeza, fazendo apenas um chuvisco fino de água.
Após as mudas atingirem de 2 a 3 folhas, deve-se fazer um procedimento chamado desbaste, que consiste em arrancar o excesso de mudas que germinaram, as mudas a serem arrancadas devem ser as mais fracas, e as que estejam fora do espaçamento adequado.
As regas devem ser frequentes, e a quantidade de água vai depender da rusticidade de cada espécie, por exemplo o alface é uma planta que exige umidade de solo constante, por isso necessitam serem regadas diariamente. Mas nunca deve-se encharcar o solo.
Aproximadamente 20 dias após o plantio, recomenda-se fazer mais uma adubação de manutenção, no qual  o adubo é aplicado na quantidade recomendada entre as fileiras. Regar o canteiro após aplicar o adubo.

COMO FAZER SUA PRÓPRIA SEMENTEIRA

Sementeira é o local onde você vai produzir suas próprias mudas. geralmente é uma bandeja feita de isopor ou plástico vendida nas casas de produtos agrícolas, outra alternativa mais barata sao copinhos descartáveis furados no fundo.
  A terra a ser utilizada é uma terra diferenciada conhecida como substrato e também pode ser encontras em lojas agrícolas. Para semear, o substrato deve estar um pouco umido, uma pequena cova é aberta (cerca de 1-3 cm) coloca-se 3 sementes para garantir que pelo menos uma vai germinar. Cobrir as covinhas com terra fofa de preferência peneirada, regar com pouca água em forma de spray. Jatos  fortes de água pode arruinar todo seu trabalho. Regar  de manha e à tarde e manter a sementeira em local de meia sombra ou se preferir em estufas. As mudas devem ser transplantadas quando atingirem mais de 5 folhas, geralmente 20 dias após o plantio.


julho 31, 2011

PRODUÇÃO DE SILAGEM

A silagem é um produto de fermentação controlada da forragem verde em um silo que retem índices de umidade elevada. O material é armazenado normalmente nos silos sob circunstâncias anaeróbicas, ou seja que não há oxigênio. Os ácidos orgânicos naturalmente produzidos, preservam a forragem e para que isso ocorra o  silo deve ser hermeticamente fechado após o enchimento. Durante períodos de disponibilidade abundante de forrageiras, o que é em excesso às exigências imediatas pode ser convertido à ensilagem e ser armazenado para utilização como um suplemento durante períodos de deficiência de alimentos, por exemplo estação seca ou inverno.

Processo de fermentação

Quando a forrageira é ensilada, os açucares são convertidos em ácido lático pelas bactérias (essas bactérias só trabalham quando não há oxigênio no ambiente), e é esse ácido láctico que diminui o pH e conserva o vegetal, permitindo ser preservada por bastante tempo. Então para se conseguir a preservação da silagem, é necessário uma rápida queda do pH , deve se chegar a um nivel em que um outro ácido não seja produzido, o ácido butírico. Se o pH não estiver baixo o suficiente (cerca de 3.5 a 4.2 ) a fermentação butírica causada por outros tipos de bactérias irá ocorrer. A fermentação butírica “quebra” os nutrientes da silagem prejudicando sua palatabilidade e digestibilidade para os animais.

Escolhendo a forrageira para ensilagem

Produzir silagem é útil somente se o produto ensilado é de boa qualidade, com alto valor energético e de boa digestibilidade. As forrageiras mais bem sucedidas na produção de forragens são: Milho, sorgo,girassol, milheto e capim. Para terrenos férteis e solos bem preparados a melhor opção é o milho, se o solo for pobre e se dispõe de poucas tecnologias, o sorgo pode substituir o milho. Outra forrageira bastante utilizada é o capim elefante pois tem alta produtividade por hectare, podendo ser colhido em apenas 60 dias. 
O PROCESSO DE PRODUÇÃO DE SILAGEM PODE SER DIVIDIDO EM TRÊS ESTÁGIOS:

1.     Colheita da forragem
Cada vegetal a ser ensilado tem época certa a ser colhido, no caso do milho, o corte é feito após os 100-110 dias de crescimento, quando alcança o estágio de grão farináceo-duro, ou seja quando o teor de matéria seca do milho é de cerca de 28 - 35%. Para identificar a  matéria seca da planta simplesmente colha uma espiga de  uma planta de fileira uniforme, quebre a espiga ao meio e observe a linha do leite dos grãos, se a semente apresenta dois terços sólido e um terço liquido, estará pronto para colheita. (veja fig. abaixo).

A produção do milho varia cerca de 20-30 t de massa verde por hectare e é a planta mais escolhida pelos  produtores para a produção de silagem por causa de seu alto valor nutritivo e concentração de energia.
O sorgo é a segunda opção dos produtores, pois possui boas características para boa fermentação e conta com um bom valor nutritivo, assim como o milho.  A colheita do sorgo é semelhante a do milho, seus grãos deverão estar avermelhados, em ponto farináceo, de 28 a 30% de matéria seca, a produção varia de cerca de 20-40 t de massa verde por hectare.
2.  Compactação
Uma compactação bem feita é a chave do sucesso para se produzir uma silagem de qualidade, portanto deve-se ir colocando a forragem picada em camadas no fundo do silo. Importante lembrar que o ideal é que a planta seja picada em pedaços pequenos de 2-3 cm para uma melhor compactação. Cada camada deve ser muito bem socada, preferencialmente com ajuda de tratores pesados, essa compactação  importante para a expulsão completa do ar. Para melhor compactação deve se fazer camadas com no máximo 30 cm e o trator deve trabalhar em velocidade lenta, o ideal  terminar o enchimento do silo em um único dia.
3. Vedação
Para estimular a fermentação é feito o fechamento do monte com lona preta, fazer últimos reparos em possíveis buracos no plástico, depois recomenda-se aplicar sobre a lona algum peso que pode ser terra, areia ou pneus velhos. O local também deve ser cercado para evitar a entrada de animais.
Tamanho e tipo de silo

Os silos tipo Trincheira são os mais utilizados, aproveitando- se o desnível do local, faz-se uma vala no chão, esse tipo de silo tem vantagens pelo baixo custo de construção, facilita o descarregamento e a compactação. Outro tipo de silo bastante utilizado em países Europeus são os Silos de Superfície, sua vantagem é o baixíssimo custo de construção, pois nao contam com paredes laterais, a área deve ser plana, e uma camada de palha é necessária para impedir que a forrageira entre em contato com o solo. Há também silos do tipo cisterna ou aéreo, chamados de cilíndricos verticais, mas são menos usados.
Silo Tipo Trincheira
O tamanho do silo vai depender do número de animais, quantidade de alimento disponível e do comprimento do período de alimentação. Por exemplo:
Considerando bovinos de leite adultos, consumindo 50% da ração sob a forma de silagem, receberiam 20 quilogramas de silagem por dia. Para um período de alimentação de 180 dias, 3.6 t de silage seriam exigidos. Considerando a perda da ensilagem de 15%, 540 quilogramas da forragem fresca devem ser adicionados, para chegar em um total de de 4.14 t. Supondo que a fazenda tenha 50 animais, e que cada metro cúbico comporta 0.6 t, iremos precisar de um silo com capacidade para armazenar 207 t de silagem, ou um silo de 345 m3.

ADITIVOS
Aditivos são produtos que podem ser adicionados à massa verde melhorando a fermentação, conservação ou o valor nutritivo, bem como sua digestibilidade. Na silagem de milho por exemplo pode-se utilizar a uréia que deve ser distribuida uniformemente entre as camadas no momento da compactação. No caso de ensilar o capim elefante que tem baixo teor de carboidratos, fubá de milho, farelo de trigo, farelo de arroz, melaço, cana, inoculantes bacterianos, também podem ser utilizados como garantia de boa fermentação. O aditivo bacteriano éo aditivo mais utilizado no Brasil pela sua capacidade de fermentação mais eficiente das forrageiras e conservação do material, mas podem aumentar consideravelmente o custo da silagem.
FORNECIMENTO DA SILAGEM
Aproximadamente 30 dias após o fechamento do silo, pode-se começar o fornecimento aos animais. A retirada da silagem é feita cortando-se uma fatia uniforme de 15 cm de espessura e deve ser feita diariamente. Ao abrir o silo, a silagem deve apresentar coloração clara, verde-amarelada ou verde oliva e ter cheiro agradável. Silagem de má qualidade ou estragada será prejudicial aos animais, portanto não deve ser fornecida. A quantidade a ser fornecida varia com as necessidades nutricionais de cada animal, por exemplo para uma vaca de leite poderá ser fornecido de 25 a 35 kg/dia de silagem de milho na fase de lactação.
Fontes:
Embrapa Gado de Leite
Informe Técnico Pioneer


julho 15, 2011

Minha Experiência Trabalhando Com Gado De Leite Na Nova Zelândia

   Com quase 4 anos trabalhando com rebanhos de gado leiteiro aqui na Nova Zelândia, me veio a vontade de passar um pouco da minha expêriencia com os leitores do meu Blog sobre como é possível ter uma produção alta de leite com qualidade e a baixos custos.
   A Nova Zelândia é um país pequeno, (pouco maior que o estado de São Paulo), tem cerca de 4 milhões de habitantes e a produção de leite aqui é uma das atividades mais importantes para economia. O país e formado por 2 ilhas, a do norte e a do sul, sendo que um terço de todas as fazendas leiteiras da Nova Zelândia estão localizadas na região norte.
   Sua produção de leite está voltada principalmente à exportação, cerca de 90%. Com uma eficiente estrutura e logística para a captação e transporte do leite, a Nova Zelândia é um país modelo na produção de leite e é considerado líder mundial em produção de leite em sistema de pastoril. Em 2007 a Nova Zelândia teve mais de 4.2 milhões de vacas produzindo mais de 15 bilhões de litros de leite.

Características Principais:
A Fazenda E O Rebanho
  
O rebanho nacional é basicamente composto por Holstein-Friesian (47%, diminuindo), KiwiCross (cerca de 30% aumentando) Jersey (15%), Outras (8%).
Na Nova Zelândia as fazendas de leite tem em média 500 vacas, com lotação entre 3.0 – 3.3 vacas/ha. As vacas são ordenhadas duas vezes ao dia o que leva aproximadamente 2 horas por ordenha. Todas as propriedades possuem ordenha mecânica na qual as mais populares são de fila (HERRINGBONE DAIRIES), usado a muitas décadas e com melhor relação custo-eficiência. O outro sistema é de plataforma rotatória (ROTARY SYSTEMS) que funciona como um carrossel, esse sistema só é uma opção quando a fazenda tem um rebanho maior.

   O leite é então armazenado em tanques de refrigeração e depois é coletado por um caminhão tanque até a cooperativa. A maioria das fazendas são operadas pelos próprios donos, e uma grande porcentagem das fazendas operam em sistemas de parcerias.

Manejo Das Pastagens
   As vacas neozelandesas são alimentadas praticamente só a base de pastos, em algumas fazendas pode haver suplementação, mas em geral em poucas quantidades e em períodos críticos do ano. Os fazendeiros devem ser eficientes gerenciadores de pastagens, a fim de conseguir os melhores rendimentos do pasto naquele ano e no seguinte. Todo crescimento adicional do pasto é convertido em silagem/feno para alimentar quando o crescimento do pasto é deficiente, como durante um período seco do verão ou no inverno. As vacas são movidas de um pasto para o seguinte uma ou duas vezes por dia em 20 - 30 dias de rotações.
   O sistema rotacional da pastagem é o mais usado na NZ , pois esse sistema permite a reabilitação da gramínea. Por esse motivo as fazendas são cuidadosamente divididas com cercas permanentes em seções menores (piquetes). São também utilizados cercas temporárias entre os piquetes, especialmente no inverno em que há rigoroso controle do pasto devido baixo crescimento da mesma. A área escolhida para alimentar o rebanho cada dia depende do número de cabeças no rebanho e a época do ano. A fertilização do solo é feita com nitrogênio(N) , em forma de uréia e com o chorume do próprio rebanho, os outros fertilizantes como o fósforo(P) e potássio (K) e correção do solo são feitos com base em análises de solo.

Produção Estacional
   Uma das consequências da alimentação dos animais ser exclusivamente a pasto é a sazonalidade da produção. Isto é feito para aperfeiçoar a produção de leite quando a quantidade e a qualidade do pasto estão em seu pico. Em consequência, pouco leite é produzido nos meses do inverno (maio, junho e julho). Para que haja uma sincronização dos partos, 90% das vacas são inseminadas num período de 3 a 4 semanas. O objetivo da inseminação concentrada é para que a maioria das vacas comecem a parir no final de julho, por um período de 6 a 10 semanas, isso coincidirá com o período de maior crescimento da grama com o pico de produção de leite que é na primavera.

Qualidade Do Leite E O Sistema De Pagamento Por Milksolids
   Como quase toda a produção é destinada a exportação, a Nova Zelândia tem se dedicado a qualidade do leite. As exigências nos padrões de qualidade do leite estão cada vez maiores, tanto que a baixa qualidade afetam até o pagamento do leite ao produtor. As áreas de maior interesse para garantir um alto padrão de qualidade são:
·         Monitoramento de higiene de todo o sistema;
·         Estabelecimento de um sistema de limpeza da máquina de ordenha eficiente ;
·         Controle rigoroso de substâncias químicas no leite proveniente de animais em tratamento, como antibióticos.
   O sistema de pagamentos feitos aos produtores na Nova Zelândia são feitos pela soma dos  milksolids (Milksolids são os sólidos totais do leite, ou seja a gordura e a proteína). Em 2010 por exemplo a cooperativa Fonterra pagou em media de $6.90-$7.10 dólares neozelandezes para cada quilograma de milksolid.

 Organizações De Pesquisas E Programas de Melhoramento Genético
   A Nova Zelândia conta com serviços de consultoria  e organizações de pesquisas  avançadas, a DairyNZ e a AgResearch. O país conta também com a Livestock Improvement Corporation (LIC), responsável pelo controle leiteiro e de células somáticas, inseminação artificial, melhoramento genético e outros serviços aos produtores, inclusive os de informação e extensão, consultorias e coleta de dados estatísticos. A Livestock Improvement Corporation (LIC) é responsável pelo Herd Test (Teste do Rebanho). Quatro vezes por ano o rebanho de cada fazenda passa pelo herd teste que  permite aos fazendeiros coletar informações sobre cada vaca individualmente, essas informações são arquivadas anualmente e é vital para o gerenciamento e tomada de decisões. Os produtores podem avaliar  o desempenho animal dentro do rebanho, dentro da região, ou nacionalmente. O herd test fornece informações como volume do leite, rendimentos de proteína e gordura e contagem de células somáticas.
   O programa de melhoramento genético na NZ também reúne as melhores tecnologias do mundo, o mais atual sistema em que se esta trabalhando hoje é o Animal Evaluation, que permite uma comparação entre os animais, focando nas raças. As vantagens desse sistema são:
·         Avaliação das cruzas das raças
·         Maior precisão
·         Foco na eficiência e rentabilidade

 Preocupação Com O Meio Ambiente
   Na Nova Zelândia existe uma grande preocupação com o meio ambiente, são da filosofia de:
• Não utilizar recursos mais rapidamente do que podem ser substituídos;
• Não gerar  poluição ou o desperdício mais rapidamente do que podem ser absorvidos, dispersado ou dissipado.
   Os produtores de leite da Nova Zelândia são inovadores em aplicar práticas a favor do meio ambiente e em levar as fazendas tecnologias novas porque seus negócios dependem de seus meios de subsistência e estes dependem de práticas sustentáveis da indústria de lacticínios. A indústria leiteira não será sustentável se os recursos naturais são degradados para impulsionar a renda agrícola.
   A indústria leiteria mostrou liderança em desenvolver estratégias para manter a atividade sustentável, como por exemplo a utilização dos efluentes das salas de ordenha que são armazenados em esterqueiras e utilizados em fertirrigação, para não contaminar os lençóis freáticos. Todo o sistema é monitorado e se nao tiverem de acordo com a legislação os fazendeiros são penalizados com altas multas e forçados a mudar seus sistemas para encontrar os padrões ideais.

julho 03, 2011

Produção de Leite no Brasil Toma Novos Rumos



     No cenário mundial, o mercado brasileiro tem um potência muito grande quando o assunto é a produção de leite, pois o Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo, está crescendo, e a expectativa é de crescer ainda mais e ficar com a 5ª posição. O leite é considerado um  importante produto da agropecuária brasileira, é de grande importância econômica e social para o Brasil, além de ser um produto saudável pelas vantagens nutricionais que possui. Mas para que o Brasil passe da condição de importador, para um poderoso exportador é indispensável empregar tecnologias mais específicas, o produtor precisa mais orientação e assistência técnica, principalmente no que diz respeito a programas de alimentação animal mais eficazes para aumentar a produção  com custos mais baixos.
     A introdução de novas técnicas que proporcionam o aumento da produção de forma planejada e com orientação adequada possibilita ao produtor ter maiores lucros a médio prazo. É o que estão fazendo produtores de leite neozelandeses aqui no Brasil, com a fazenda Leitíssimo situada no extremo oeste baiano . O empreendimento  está trazendo resultados surpreendentes, com uma média de 35.000 litros/ha/ano de produção de leite a pasto, e o custo de produção gira em torno de 60% o que torna esse sistema viável.
     A Fazenda Leitíssimo é a maior fazenda de produção de leite do Brasil com gado em sistema de pastoreio, e ultiliza práticas e princípios de produção desenvolvidos na Nova Zelândia. A alimentação à base de concentrados na Nova Zelândia  é quase 10 vezes mais cara que a alimentação baseada em pastagens. Este fato fez com que produtores da Nova Zelândia procurassem tecnologias de produção baratas, e o pasto foi a solução principal para reduzir os custos de produção. O manejo da pastagem é feito de modo rotacionado que consiste na subdivisão das pastagem em piquetes menores, os animais são alimentados em sistema de rodízio com períodos de descanso adequados para permitir o crescimento da grama. Para a implementação desse sistema é necessário respeitar os períodos de descanso das forrageiras.
     Outros fatores cruciais a esse sistema são:  Fazer uma boa correção do solo, mantendo-o fértil; escolher variedades de gramíneas que produzam pasto de alta qualidade; ter rebanhos de animais adaptados a essa dieta; utilizar práticas de irrigação. O sistema de produção da fazenda Leitíssimo apresenta outras tecnologias importantes que torna o empreendimento produtivo, como: irrigação realizada por 4 pivôs centrais, responsáveis também pela adubação; pulverização do estrume em forma de chorume na própria fazenda, completando a adubação;  melhoramento da genética animal atravéz da inseminação;  análises periódicas do solo.
     Confira abaixo os videos com a reportagem sobre a fazenda Leitíssimo feito pelo Globo Rural:

Parte I :




 Parte II: 

junho 29, 2011

Agricultura Orgânica



   A agricultura orgânica é um sistema agrícola que utiliza alternativas sustentáveis e equilibradas de manejo ao invés de usar fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, reguladores de crescimento ou aditivos sintéticos para a alimentação animal. O desenvolvimento da agricultura orgânica procura a recuperação permanente dos recursos naturais afetados, em favor da humanidade. A agricultura orgânica é orientada para fornecer um ambiente limpo e equilibrado, para aproveitar a capacidade produtiva e a fertilidade natural das terras, aperfeiçoar a reciclagem dos nutrientes e o controle natural das pragas e doenças. Sempre que possível baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças. Busca manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza.
   A demanda mundial para os produtos org
ânicos vem aumentando rapidamente no cenário mundial desde 1990, e o Brasil caminha para alcançar  a demanda atual da sociedade. Esses alimentos estão cada vez mais populares devido à alta popularidade que ganhou por contribuir com a  saúde das pessoas. Além disso, existe a preocupação com a conservação da biodiversidade do meio ambiente e também com o bem estar animal.

Regulamentação

   No Brasil, com o aumento da produção orgânica,  houve a necessidade de se criar uma regulamentação que assegure ao consumidor de que está adquirindo um ítem que obedece às normas legais estabelecidas para o produto orgânico. Essas leis são impostas a quem vai produzir alimentos orgânicos para venda ou mesmo consumo próprio. A legislação para produtos alimentícios, que dispõe sobre a agricultura orgânica, é a Lei nº 10.831/2003 e o Decreto nº 6.326/2007  da Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Benefícios da Agricultura Orgânica

Produção de alimentos saudáveis:

   A agricultura convencional desenvolvida nas últimas décadas, foi sustentada pelo uso intensivo de insumos químicos, aqueles que em sua maioria são de elevada toxicidade. Em investigações realizadas, demonstrou-se de forma convincente que  terras, águas, animal, pessoa, alimentos, incluindo o leite materno, estiveram contaminados de maneira importante por estes produtos. Com a agricultura orgânica utiliza-se práticas e técnicas onde agroquímicos de alta toxicidade seja excluída definitivamente, produzindo assim alimentos saudáveis de qualidade máxima e em suficiente quantidade para a população.

Sustentabilidade a longo prazo:

 Muitas mudanças observadas no meio ambiente são a longo prazo, ou seja, ocorrem devagar ao longo do tempo. A agricultura orgânica também terá efeito nos agro-ecossistemas a médio e longo prazo. O objetivo principal é produzir alimentos ao mesmo tempo em que há uma estabilização ecológica para impedir problemas de fertilidade ou das pragas do solo. Com o tempo, todo o processo atinge um estado em que todas as medidas são preventivas, e não medidas de emergência para conter um problema.

Construção de um solo fértil:

O uso de certas práticas comuns da agricultura orgânica incentivam a fauna e a flora do solo, melhorando a sua formação e sua estrutura e criando sistemas mais estáveis.Por sua vez, os nutrientes e os ciclos de energia são aumentados, assim como as habilidades de retenção dos nutrientes no solo o que compensa a não utilização de fertilizantes sintéticos. Essas práticas também tem um papel importante no controle da erosão do solo. A exportação de nutrientes das colheitas é compensada geralmente por recursos renováveis. Mas às vezes é necessário suplementar solos orgânicos com os seguintes elementos: potássio, fosfato, cálcio, magnésio, etc, de fontes externas.
Exemplos das práticas citadas acima:

·         Rotação de culturas e/ou pastagens e uso de consórsios,

·         Uso de implementos que não invertam a camada áravel  ou causem a compactação do solo.

·         Cultivo mínimo e plantio direto (sem herbicidas).

·         Cobertura morta e viva que evita exposição do solo.

·         Adubação orgânica (estercos e compostos).

·         Incorporação dos restos culturais ao solo, deixando a matéria orgânica na superfície.

Evitar a poluição das águas:

   A poluição da água subterrânea com fertilizantes sintéticos e insecticidas são um problema grave na agricultura convencional. Enquanto o uso destes é proibido na agricultura orgânica, pois são substituídos por fertilizantes orgânicos (por exemplo adubo, estrume animal, massa verde) e com maior biodiversidade vivendo no solo, fortalece a estrutura do solo e a infiltração da água. Os sistemas orgânicos reduzem extremamente o risco de poluição da água subterrânea.

Outros benefícios:

·         Contribui para minimizar o efeito estufa e o aquecimento global.

·         Minimização da dependência de energias não renováveis.

·         Eliminação do uso de organismos genéticamente modificados (transgênicos).

·         Reduz os riscos à saúde do agricultor devido aos agrotóxicos.

·         Preservação da biodiversidade dos ecossistemas em que se insere o sistema produtivo.

·         Diversificação de culturas, que leva ao desenvolvimento de inimigos naturais.

·         Conforto e saúde dos animais.

·         Exige mais mão-de-obra, gerando empregos.

·         Maior valor comercial do produto orgânico em relação ao convencional.